terça-feira, 15 de maio de 2007

Obtenção da glicerina

Os sabões são produzidos a partir de óleos e gorduras através de reações de saponificação, gerando também a glicerina.

Estes são os primeiros tensoativos conhecidos, que, em contato com a água, hidrolisam-se dando origem a tensoativos aniônicos e o íon potássio ou sódio que dão caráter alcalino muito marcado – pH 9,5 a 10,5.

O sabão é obtido fazendo-se reagir ácidos graxos com óleos, numa reação chamada saponificação. Os ácidos graxos normalmente usados são o oléico, o esteárico e o palmítico encontrados sob a forma de ésteres de glicerina (oleatos, estearatos e palmitatos) nas substâncias gordurosas.


reação de saponificação


A saponificação é feita à quente. Nela a soda ou potassa atacam os referidos ésteres, deslocando a glicerina e formando, com os radicais ácidos assim liberados, sais sódicos ou potássicos. Após a saponificação que colocou em contato, em condições precisas (à temperatura de 100 ºC), matérias graxas e o álcali, segue-se a separação da parte saponificada (éster de ácido graxo e álcali), que flocula sobre a glicerina, e que depois é lavada várias vezes para retirar as impurezas residuais. Os sabões produzidos com soda são chamados de duros, e os produzidos com potassa, moles.

Embora a maior parte dos detergentes seja destinada à limpeza com água, existem alguns produzidos para limpeza com outros solventes, como no caso dos óleos para motores, onde a água não pode ser usada. Nesse caso, o sódio e o potássio são substituídos por metais, como o chumbo ou o cálcio.

Os sabões e os detergentes possuem as mais diversas aplicações, que vão desde a limpeza doméstica até industrial. Sua tecnologia, pouco desenvolvida até 1934, evolui bastante a partir dessa época, tornando sua produção altamente industrializada.

A glicerina é normalmente usada na preparação de diversos produtos tais como remédios, produtos de uso pessoal, comida, bebida, tabaco, resinas alquídicas, poliol – poliéter, celofane e explosivos, todavia o seu uso é condicionado ao seu grau de pureza, que deve estar usualmente acima de 95%. Além disso, a glicerina bruta é cotada a R$ 1,40/kg, a bidestilada por R$ 3,65/kg enquanto que a glicerina farmacêutica (≥99,5%) é vendida a valores acima de R$ 564,00/kg.

A glicerina bruta vegetal apresenta cerca de 30% de impureza, o que evidencia a necessidade de purificá-la, a fim de viabilizar seu emprego no setor industrial. As principais impurezas presentes na glicerina oriunda de saponificação são catalisador, álcool e ácidos graxos. Estas impurezas dependem da natureza da oleaginosa e do tipo de catálise empregada na preparação do sabão. Esta análise é feita através da avaliação das diferenças de qualidade da glicerina em função da matriz de oleaginosa utilizada.

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